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02.08 2013 Programa Juro Zero ganha espaço na mídia

02/08/2013

Jornal Valor Econômico publica reportagem sobre o programa Juro Zero

Na edição do dia 31 de julho, o jornal Valor Econômico publicou uma reportagem explicando como funciona o programa Juro Zero.

Com o título "Estado paga a última parcela do Juro Zero", o texto elaborado pelo jornalista Dauro Veras detalhou o funcionamento do programa, assinalando que os MEIs podem pegar emprestado até R$ 3 mil a ser pago em oito parcelas, salientando que se as sete primeiras prestações forem pagas em dia, a oitava e última parcela, que corresponde aos juros da operação, é bancada pelo governo do Estado.

Confira abaixo a matéria:

Uma ação de apoio a pequenos negócios formalizados, inédita no país, está sendo desenvolvida em Santa Catarina como parte da política estadual de incentivo à competitividade. O Programa Juro Zero empresta até R$ 3 mil para microempreendedores individuais (MEIs), com financiamento em oito parcelas. Se as sete primeiras forem pagas em dia, a oitava – correspondente aos juros – é quitada pelo governo. A iniciativa é uma parceria da Secretaria do Desenvolvimento Sustentável com o Badesc (Agência de Fomento do Estado), o Sebrae/SC e a Amcred/SC (Associação das Organizações de Microcrédito e Microfinanças).
Nos primeiros 20 meses em que o programa está em funcionamento, foram emprestados R$ 42,5 milhões em 15,1 mil operações, que beneficiaram em torno de 10 mil empreendedores. Cada empreendedor pode realizar até dois empréstimos.
“O Juro Zero é o maior programa de inclusão social e econômica de Santa Catarina”, diz o secretário de Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen. No estado existem 100 mil MEIs, proprietários de pequenos negócios que têm no máximo um empregado e faturamento bruto anual de R$ 60 mil. “Estamos atendendo 10% desse público e a nossa expectativa é chegar pelo menos a 20%”. Bornhausen destaca o viés social do programa, que estimula a formalização de atividades econômicas em um estado com forte tradição de empreendedorismo.
Mais de dois terços dos tomadores dos recursos no Estado desejam abrir uma microempresa e o índice médio de inadimplência não chega a 1%. Bornhausen acrescenta que o Juro Zero faz parte de um programa mais amplo, o Nova Economia@SC, que prevê o investimento de R$ 74,8 milhões em projetos de desenvolvimento e inovação tecnológica até julho de 2014.
Capilaridade é uma das características do programa, que conta com recursos captados pelo Badesc no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). É possível solicitar o empréstimo em praticamente todos os municípios catarinenses, por meio de 19 instituições de microcrédito associadas à Amcred do Estado, e utilizar o dinheiro tanto para o capital de giro como também para aquisição de equipamentos.
Os beneficiários são, em geral, vendedores autônomos e prestadores de serviços, como cabeleireiros, manicures, eletricistas e pedreiros. “Estamos trabalhando para atender também as microempresas numa próxima fase, que deve começar ainda este ano com empréstimos de até R$ 15 mil e um fundo de R$ 30 milhões”, informa o presidente do Badesc, João Paulo Kleinübing.
Ao tomar o empréstimo, o microempreendedor recebe também orientação pós-crédito por consultores do Sebrae. Este é considerado o grande diferencial do Juro Zero. São três atendimentos individualizados. “Na primeira visita, feita de forma simultânea à do agente de microcrédito, fazemos um diagnóstico para avaliar o perfil do empreendedor e os aspectos básicos da gestão do seu negócio”, explica a gerente estadual de atendimento individual do Sebrae/SC, Soraya Tonelli.
Depois, junto com a liberação do recurso, o MEI recebe em outra visita o CD-ROM Negócio Certo Sebrae, um programa de autoatendimento com noções básicas de legislação, empreendedorismo, relacionamento com o mercado e gestão financeira. “Vivenciamos no dia a dia o resgate da autoestima e da cidadania: a pessoa sente orgulho de ser empresário”, afirma ela.
A capacitação do Sebrae/SC, que tem 75% do custo financiado pelo governo do Estado, é composta de cinco etapas. O passo inicial é verificar a viabilidade financeira e mercadológica do negócio. Em seguida, são estudados aspectos relativos à formalização – custos para contratar um funcionário, uso da nota fiscal e dicas para preenchimento da Declaração Anual de Microempreendedor Individual, entre outros. No próximo passo, que trata da organização do negócio, são apresentados conhecimentos sobre controles administrativos e como calcular corretamente o preço de venda. Na sequência, o tomador do empréstimo recebe orientações para acessar crédito. Por fim, aprende como aumentar as vendas e como atender as expectativas dos clientes.
Dono de uma borracharia na capital do Estado, Florianópolis, Jorge Luiz Adriano saiu da informalidade em 2011 e captou R$ 3 mil no Programa Juro Zero. “Investi para completar o pagamento de R$ 8 mil em uma máquina montadora de pneus para carros importados, com um braço auxiliar pneumático que alivia 80% do esforço físico”, conta. “Consegui o empréstimo em dez minutos e nem precisei ir lá – os agentes de crédito me procuraram aqui na borracharia, porque eu já havia financiado outros equipamentos pelo Banco do Empreendedor, ligado ao Sebrae”.
Ele informa que a aquisição da máquina representou um aumento de 10% do faturamento. E comemora a formalização do negócio: “Passei a fornecer serviços para autoescolas, vans escolares e locadoras de automóveis”. Atento aos indicadores macroeconômicos, Adriano não pretende fazer novos investimentos em 2013, mas no próximo ano quer ampliar o espaço físico do negócio e transformá-lo em microempresa: “É um projeto com os pés no chão”, resume.
Dauro Veras / Valor Econômico – 31/07/2013